Morreu de infarto agudo do miocárdio na tarde da última sábado (23/1), o taxista Aniceto José Camello, de 69 anos, que chegou às 12h43m no Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes, no Zé Garoto, sentindo forte dores de cabeça e no peito, falta de ar, dormência nas mãos e teve que aguardar mais de três horas para ser atendido. De acordo com denúncia dos familiares, o taxista foi vítima de negligência por parte dos funcionários do hospital.
"O que fizeram aqui com meu pai foi desumano, um crime. Meu pai chegou com princípio de infarto, colocaram de maneira equivocada nele uma pulseira de risco moderado, que é a amarela, que diz que ele seria atendido em até uma hora, quando o certo seria a pulseira vermelha, que diz conforme cartaz colocado lá na parede do lado de fora da porta de entrada, que é risco de vida. Ou seja, meu pai foi morrendo enquanto aguardava atendimento, que só veio a acontecer às 15h51m″, denuncia Suelen Cabral Camello, de 39 anos, filha caçula do taxista.
Segundo Suelen, o correto era realizar em até uma hora, já que seu pai estava com a pulseira amarela, os exames de sangue, que são os CK-MB, Troponina e CPK, responsáveis por detectar se ele estava ou não sofrendo infarto, e em seguida, deveria ser encaminhado para realizar o eletrocardiograma – exame que avalia o ritmo do coração que mede os batimentos cardíacos por minuto – procedimentos estes, que segundo ela, confirmam se a pessoa está infartando de fato. Nada disso foi feito.
Já a outra filha Flávia Lospennato, de 46 anos, que ficou o tempo todo ao lado do pai na sala de espera da unidade, questiona a demora e o descaso do serviço público no atendimento:
"Tudo foi errado ali naquele lugar. Desde a entrada do meu pai, quando passou pela triagem e foi aferida a pressão dele, que era de 18 por 9, até o atendimento do Dr. João Pedro, que só ocorreu às 15h51m da tarde. Ou seja, eu vi meu pai morrendo aos poucos ali na sala de espera sem poder fazer nada. O que tentei fazer, não foi suficiente. Triste isso", conta emocionada. E completa:
"Meu pai entrou caminhando e nos devolveram dele um par de sapatos, meias, calça, cinto, cueca, camisa, óculos, tudo isso em uma sacola plástica, além é claro, da notícia de que havia morrido”.
Alicate, como era conhecido entre os colegas de táxi, morreu às 16h e o corpo foi velado e sepultado neste domingo (24/1) às 16h30m, no Cemitério de São Miguel, em São Gonçalo. Ele deixou mulher, três filhos e uma legião de amigos.
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